quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"O Clássico Método de Entubar Antílopes"

- Iludes-te com a realidade?

- Há ilusão no conhecido?

- Prefiro o inexplorado.

- Mas mesmo dentro da realidade ainda há muito a explorar...

- Então, por favor, diz-me o que existe. Diz-me o que existe para além deste antro semi-selvagem.

- (...)

- Preferia que fóssemos primitivos, de volta à Natura. Talvez assim as prioridades mudassem.

- Então mas estás a queixar-te de quê?

- Do futebol. Das cidades. Das conversas. De tudo que é simplesmente recriado. Para mim, deviam destruir tudo que já foi inventado e começar tudo de raiz, adoptando novas formas.

- Isso é criativo, mas não é viável.

- Mas pode ser, não entendes? Podemos mudar tudo. Porquê este comodismo?

- O comodismo faz bem, forma a sociedade. O trabalho anestesia as pessoas, não têm mais tempo para nada. Querem imitar-se, optam por imitar-se mas nem é de forma plenamente consciente. Apenas não conhecem melhor.

- Mas têm de mudar, eu quero que mudem!

- Não dá. É a vida.

- Desculpa? O que acabaste de dizer?

- É a vida. É uma expressão.

- Foda-se, odeio isso. Odeio tudo que já foi criado, não te disse? Essa frase está gasta, é nula de conteúdo. Odeio-a. Odeio-te.

- Que queres que te diga? Não consigo inventar nenhuma frase neste momento. Estou sem inspiração.

- Fode-te. Fode-te. Fode-te. Se precisares de mim, estarei na morgue.
Caso bicudo o do homem sem queixo
Tenta pensar mas não tem onde apoiar
Os dedos

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sem Assumir Responsabilidades

(profissionalismo do tubarão)

Impresso livro saltando o meio, tens o início e o fim, imagina o meio, como a vida, como a novidade, só tem impacto nas extremidades.
Somos grandes e estáticos, implicamos riscas com riscos no vestuário nominal.
Relva salteada em movimentos ocultos, sugamos o sol como um perfeito anti-vampiro.
Suportamos questões balançadas na dúvida, tornamos as respostas vazias na indiferença.
Muito trabalho o trajecto para fundir o anel, muito profundo o precipício.
Somos aqui.
nA vida que acontece enquanto não fazemos nenhuns planos.

*

(simetria do interruptor)

30 minutos de mais uma palestra que a geração nossa vai absorvendo. Comichão no sítio onde não se chega. Convidava-a para o que ela quisesse, era como ela quisesse dizem as más-línguas no barulho de homens/ tornados/ cães.
Os anjos são casados, a paixão arranjou uma amante única, gravidez é traição.
Choram as hormonas por um riso; debate-se o futuro perto, a incerteza do acordar.
Nunca me lembro do sussurrar que não ouço.
Gostaria de ser verde e irresponsável, sem de nada assumir responsabilidade.
Ninguém pode culpar uma cor, ninguém pode qualificar como impura uma alma cinética com vontade de renovação.
Não sei o intuito explícito da escrita ou sequer do movimento.
Raios laser detectam o mesmo e nem um rasto de migalhas deixei
para me
seguir até
casa.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Caracteres Japoneses Formam Belas Figuras

Tremendo parto insectual, pago perfume
de lágrimas últimas de lábios trincados
Sem horário réptil ambulante
Contando horas e línguas

Prolongamento de minutos e lapsos
Há a situação da sombra trocada que
gritava surpresa ao caixão do lado

Gritante antítese eu

Aprofundo verdades em rabo de cavalo
Aborrecido no ranger menos minúsculo
Da cadeira raptada

Não me importo muito de narrar o nada
Serei espectador consciente da selva sem dor
Domador profundo de cardumes de metal
Simplesmente algo que sangra com menos intensidade que
a glória razoável de um
inspector sem longitude

Prefiro almas e muralhas Acropolizadas a
Gumes infernais de comodismo estreito
Sei do que percebo e menciono
Sei que Stonehenge é só um conjunto de lascas
Sei que faço parte de um empréstimo
Quando tiverem tempo, devolvam-me

Não tiro a ideia da ideia da ideia da cabeça
Conceito sem ceito, o Mickey é daqueles uns
Mais felizes, sorri ao abrir o guarda-chuva, veloz
no ápice gosto de fantasia aliterada

(ira infantil cortada de futuro)

Talvez a canção em escalas quebradas aqueça
este mundo inverso...

... e triture com salpicos
a invenção de um código novo