É apaixonante quando ela não vem e não se move estática perto da minha pele gasta. Penso nela na ausência, na mudança que inflinge no esqueleto perturbador. Era tanto e tudo, tiro ilações daquela face iluminada, perigosamente instalada num império frio. És amarela, és ruiva, és multi-color. Permitia-me invadir-te rasgando-te a inocência. Os olhos, arrancava-os em espiral mastigando-os. Maligno! Ter-te dentro de mim. És dura e tens asas. Auréola infernal. Absurda total. Chego à hora marcada ao local onde não combinamos. Decido por ti os artifícios que me fazem mexer, mexo-me em alturas, respiro dentro de nuvens sintagmáticas, cuspo água com dentes absorvidos. És a chuva que se infilitra nos lugares menos próprios. És Lua sorrideliciosa impressa em carácter surreal. Serei o teu planeta pequeno, hipnotizante como um berlinde exagerado. Um astro impulsivo. O teu Sol pensativo. Escrevo a tua biografia em cada palavra que te sussurro. Serei o mais elevado autor da tua existência, manchado pelo medo que não existe e os gritos que não consegues calar. Comparada com o teu fogo, a Inquisição não é nada. O meu desejo em ti reflecte-se, torna-se sofisticado no Inferno sistemático que escolhemos como privado. Evoluímos nos braços um do outro, tornamo-nos grandes nas chamas simplistas.
Tinta invisível na mão quando não estás, quando as mãos percorrem sentimentos longe distancio-me da vida na imaginação. Supremacia da incerteza, contacto o corpo longínquo que me afecta os sentidos desde a sepultura até à morte.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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