Olho duas vezes à minha volta. O absolutismo do meu reino perturba-me em doses habituais.
Tudo me enerva, tudo me suscita, tudo me causa pasmo e tristeza. Recolho um fio de cabelo quase branco desconhecido e hipnotizo-me durante 15 segundos. Mini-felicidade.
Tenho ciúmes de mim e dos outros, sou bom de mais, sou horrível de mais, o que me diferencia é a indiferença. Há planos bem definidos para mim mas apetece-me anular o destino.
Circulo nos contornos do círculo sem encontrar o centro. Para quê melhorar-me? Optimizar corpo e alma para acabar num caixote? Deixo-me andar. Não levo nada a sério, crio dramas despropositados, admiro as fendas da realidade por onde quer que passe.
Sinto-me só quando estou sozinho. Não incompleto, apenas miserável. Há curiosidade em ver pessoas, tocar em pessoas, falar com elas, mas o impacto reduz-se no prolongamento.
Ser invisível. Observar o mundo descalço. Um fugitivo do Presente.
Vestimo-nos, comemos, bebemos, rimo-nos, falamos, fornicamos, zangamo-nos, amamo-nos.
Sem compreender porquê. E não interessa porquê. São só repetições.
Afasto as pernas dos joelhos. Separo a carne do espírito.
Tento-me matar.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
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