quinta-feira, 18 de junho de 2009

É vontade da vontade não ter nada a dizer. Dizer é fácil, há sempre algo a dizer. Prefiro expressar, dar, mostrar. Os segundos não se desperdiçam no abismo, utilizo-os! A minha cultura é a velocidade. Não consigo estabelecer um encadeamento lógico ou poético neste momento. Este momento está a desaparecer. Surgirá outro, claro, mas não acompanhará a pureza deste primitivo impulso. Arte refinada é para perfeccionistas ridículos. Caio na impulsividade do espontâneo e não me admiro por não ter nada de grandioso a mostrar. Serei uma Divindade Secreta, alguém para glorificar aos solavancos. Faíscas molhadas a descer pelo corpo, entrego ao nervosismo o limite da minha expanão musical: sou morte num cronómetro de cristal.

Tantas palavras não explicam a minha condição. Só escrevo porque não há forma de captar o meu espelho. Só escrevo porque sou uma alma egocêntrica. Só escrevo porque estou preso a um corpo repetido. Só escrevo porque alguém vai ler. Isto é para ti.

Não há descanso num ego in flames.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Do Nada à Sincronização

Vi tudo ultimamente mas
nada me lembro do que vi. refle
xos sorrisos pormenores
linguagem poética interior
o meu diálogo interno é um monólogo
com ilusões de grandeza

o mundo apeteceu-me

entrar na arte ser arte na palavra
=VISUAL=

Lâmpada fragmentada tenho ideias fragmentadas
recomeço na morte e ando para trás
preenchendo o que esqueci...

Ser nulo ou inconveniente são problemas que se anulam
invisibilidade torna-se sensual a quem não valoriza o corpo
]piano púrpura perpétuamente insano]

o prazer do desleixo
o prazer da depressão
diz-se que o prazer é especulação
que a beleza é imperfeição

talvez as palavras sejam placebos
e nós bonecos em trip lúcida

i*m*a*g*i*n*a*d*o*s a i*m*a*g*i*n*a*r

harmonia medieval dos machados sangrentos há

Tinta na parede
Cores de estrangulamento esbatido
As sensações têm tonalidades próprias
A realidade é minimalista

Inibições soltas motivam-nos a desaprender
o lógico vamos
sincronizar as vidas, encaixar na
mistura dos mundos, reparar
que a morte é inofensiva perante
o pensamento criativo

MAGIA
DESCOBERTA

A Essência lunar
é um aroma natural

Que fazer ao poder que não se tem?

domingo, 7 de junho de 2009

"SILÊNCIO e algo menos parecido ao som"

Àguias despenham-se no céu
não têm pulsos reais nem imaginados
pássaros imaginários poluem o mundo em construção
talvez veias do outro lado do braço
forcem um abismo visual
forcem uma cratera despida
a dar amostras de ruído

os homens não são dotados de palavra
absoluta, não, nunca foram homens assim à solta
Conversemos com Deus, aprendamos a aprender, afinal
já no jardim do Éden haviam regras

o cadáver insiste que está tudo bem
olhando para si e para as horas também
os ponteiros confundem a falta de precisão
com a falta de tempo

hardcore matemático em encostas deliciosas
há uma linha fina entre violação e prazer
"há mais gente que pessoas" já ouvi dizer
cefaleia invertida, o mundo é divertido para quem
procura a
DOR

Precisamos de aprovação, a poesia é isso, exibição.
Complexidade atribuída ao egoísmo
alimento para as massas especializadas
banda sonora lógica para pessoas com óculos

posso ser honesto aqui?
sou um réptil microscópico com hábitos de macropsia
um ser dramático com a subtileza de um martelo dócil
puro instigador de obscenidades

discurso! discurso!
O gato de Schrödinger é um travesti com pele de animal!
Morto e vivo ao mesmo tempo
Espectacular morto ao contrário

o problema do homem é o outro homem
sem comparações nunca saberia mais demais muito mais...

doença digital infecciosa
a lateralidade das bactérias ainda me surpreende
pequena cuspida baunilha em epidemia de neve
essa animalesca princesa com sono imortal tem nome

condenado:a minha doença é amar a insónia
louvar a simples condição
ser o relâmpago estilizado em câmara lenta

" -Transformei-a num manequim

- Mas o que lhe interessa isso a ela?

- É uma opção minha.

- E nao te importas se ela sofre?

- Tenho a certeza que ela ia querer. O sofrimento nem chega a ser uma palavra nesta equação.

- Como é que sabes?

- É o que quero acreditar e guio-me nisso. Desafio as leis do bem e do mal. Diz-me, tu vives no cinzento ou nas extremidades?

- Nas extremidades. Há uma inconstante entre elas. Parece mais real viver assim. Pode-se chorar e gritar com a mesma vontade"

Mulheres grávidas desfiguradas acasalam
viúvas com espadas, esta
crueldade do ego não apaixona um monstro
Caim, Abel e o Monstro
marco da história, pedra viva satânica
A Bíblia do primogénito sem letras
suicide scars
hoje sei tudo, dou-me ao luxo de obedecer à eternidade

incentivei o vulcão a apostar na SONORIDADE
Sinto-me bem
bem
sinto-me leve-leve

perto de sufocar em escritos egoístas
perto de cair em anestesia

nesse

intervalo entre o voo e a gravidade
sinto-me protegido no abraço do magma
no último piscar do crânio onde

Lennon viu o futuro por uma cebola de vidro
o futuro obliterado certamente
som torturado no silêncio, excede-se
a tortura da disease
please stop.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

(Romance Optimizado)

Semi-fractura impede-me de escrever com uma caligrafia notável. Continuo. Ainda penso no extintor e na sua implosão contida. Salva-me. Sou digno da cruz. Testemunha último da religião. Nik Kershaw fala do sol por enigmas. Uma lágrima de coca-cola não pode ser desperdiçada agora. Quero tudo quando não tenho nada. Quero tudo que não posso ter neste momento. Quero o que já tive. Quero inventar o que não tenho. Um conselho de sábios chamar-me-à em privado e não terá dúvidas do meu inegável gosto por palavras. Filósofos magistrais irão perceber o meu esforço em martelar sílabas. Psicólogos questionarão a minha vontade de preencher linhas e linhas e não escrever ABSOLUTAMENTE NADA.
Gosto das partículas de luz bonitas na água que ficam e piscam sparkle twinkle.