terça-feira, 28 de agosto de 2007

Vício

A seringa treme quando a solução é bifurcada
A pele aceita rasgos de prazer
Pormenores de uma aura condenada
A servir o corpo, sem o conhecer

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Fada Mafalda

Sabes que vejo combates quando penso em ti?
Vibro em espuma coca-cola
Deliro em sobrancelhas cadavéricas
Névoas que sobressaem
Brinquedo usado
Masoquismo forçado
Espécie de filme que incorpora coelhos
E fala no rádio, e em frente
Àgil escondido
Viciada em sapatilhas
E fala na mesa, e em dialecto
Não ter filhos, doce irresponsabilidade
Planos para mais tarde, ainda partilho
Como me sentes se não estou aqui?
Quero conquista fácil
Desafiar-me depois da escravatura
Aboli-la antes de começar
Pele de ganga
Despida em colchões de água
Estátuas artísticas de feiticeiras
Lapidadas por um DeuS menor
Drogado em cores
Cereais comprados
Lingerie de mar s h mallows
Romantismo natural
Gosto de prever o que não acontece
Preparo-me para o que não sei
Tantos, quantos, sombras de sinos
Miragem eclesiástica
Vulgar, somos agnósticos introspectivos
Se existimos, onde estão as fotos de há 5 minutos?
Tu vês na televisão e imitas
Se pensares por ti não falas
Registar momentos do berço à sepultura
Queria ver o que fiz em câmara lenta
Indulgência para não gastar
A eternidade
Beija-me um pouco da tua essência
A tese floreada de cânticos morenos
Ruivos, loiros
Quero uma fatia tua
Até sozinha deves divertir-te
Vou vestir-me de ti
E ser o teu espelho
Saio poucas vezes
Abençoado no teu reflexo
A tinta não decide
Os desejos falham poder absoluto
Fingir atitude
Interajo ligeiramente, extraio um pouco de magia
Dura mais que uma estrela sem noite
Números de chocolate
Um número é uma fruta
Dias cheios

Está Espectacular

Traços socialmente perfeitos
A jovem virgem quer ser
Contaminada
Derreteu fadas para se formar
Elevou-se em vozes de peluche
Que querida!
Rasgou o pijama
Pintou o quarto em tons de orgulho
E adormeceu
Numa hemorragia de vitrais

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O sangue é quase eterno...

Intoxicado pelas brumas, preso em satisfação. Somos dois aqui, encurralados.
Os outros, leves espectadores. Vendeste a alma ao calor, contrataste um inimigo para libertar o teu cheiro. Oh! O aroma. A tua insegurança revela-te: és uma mulher.
Não te escondas através de espelhos, a máscara que melhor se assenta é a tua, deixa-a ficar. Sei que pensas em arrancar-te, esfaqueares-te em pedacinhos para ficares mais pequena. Não adianta. Os teus lábios pertencem a um plano superior, os teus olhos serão berlindes desproporcionais. Enquanto esperas por uma mudança, reflecte no que a transformação te fará: deixarás de ser tu, quem agora existe, em corpo branco, admirado, assustado, uma melodia escrita, mergulhará no vazio extremo de destruir tudo o que odiou ter criado. E não há piores saudades que essas.

...quando só te pertence a ti
Sepultura, não, verdade, nunca regressaste

Socialmente, escondes, conforto em outros

Segurança, violada, vejo através

De, sim, tímidas transparências

Categorizada, maquilhagem erudita

Fluente de esterótipos

Fachada real

Refugiaste no que não és

Mas sempre foste
Laranja, laranjinha, sou ruiva e preciosa
Uma menina em chamas, inocente
Mostro a pele a quem observar
Severa nuvem que me destacou
Quero seguir-me para ver quem sou
Os olhos escurecidos levam-me para trás
Um carrossel arco-íris desviado
Ainda tenho fragilidade na língua
A boca treme, reneguei a idade
Muito nova para sepulturas
Longe da luz interior
Desculpa, mas já estou farta de estar em coma

Uma Como Outras

Excitada
Drogada em felicidade
Este é o teu espaço

Falta-te um fato de ingénua
Para finalizares

Os sentimentos
De borboleta

Gato

Olhos de gatinho
Quero-os arrancar
Num prato decorado de cerejas
Vou vigiá-los
Olhar para eles
Beijar a órbita morta
Unir-me com o sangue restante
Quero cortar o claro
Lentes de contacto pulsantes
São mais bonitos por isso
E pareces mesmo um ser diferente
E és mais bonita por isso
Argolas prateadas afundam-se
Num cabelo castanho
Lembrando o ouro
Sempre atenta
Vou tirar-te isso
Pareces miseravelmente infeliz
Como eu
Se tu juntares a mim
Podíamos ser tristes juntos
E esperar até eu te
Restituir os olhos
Claros
De gato

Na Orla

Riso do sub-mundo
Enfeito-me com cores iguais
Gosto de provocar
Olhar sem desejar

Bruxa rejuvenescida
Perdi os meus poderes
E na orla da perfeição
Encontrei satisfação

Executiva arrebatadora
Será que na tua cúpula
A cara que é, não chora?
A maquilhagem faz parte de ti ou só demora?

3

Anjos e Demónios
Acho que estás a ler uma ficção errada
De qualquer maneira, és parva

Sardas e sorrisos
Uma fórmula a explorar
Desapertada

Música, minha Deusa
O teu volume vive na voz da mulher
Em cada nota, uma escada

Já vieste aqui em momentos
Inútil, não observas o algodão
Não sei se é doce mas faz-me sorrir

Continuas em comportamentos ousados
Mas és tu, não o podes evitar
Diverte a originalidade, que aqui não existe

A melodia é o que mais guardas
Blitz, Ramones, Zeppelin, Variações
É a tua missão mostrar o que te dá valor

3 lados de uma moeda
Diferentes sombras do amanhecer

Sonata

Traços de vampira superficial
Sapatos vermelhos, sapatos vermelhos
Cerimónia não pretendida num plano confortável
Enfraquecida, vislumbras
A mão cobre-te e sorris
Afastas a vagina
Esfaqueias paraísos
Afogas-te em sonhos
É hilariante
Uma sonata suicida
Suicida
Suicida

Degenerada Artificial

Uau, olhem para mim
Sou tão cool a ouvir Metallica
O meu iPod só toca no máximo
Roupa parecida, azulinho em camadas
Não há sensação que me perturbe
Brinco com os dedos
Sou muito rebelde
Ya, gosto de metal, nao vês nos meus dentes?

Penso com o cérebro fechado
Esmago abóboras em pensamentos
Adormecidos...

...e não sei o que quero
Há um sitio la em cima
Dificulta-me ter que chegar lá

Fixo nada
Luzes, câmara, música