segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Só Se Morre Uma Vez

Este é o primeiro dia da primeira morte. Um vagabundo de queixo delineado dava um bom modelo. Relação entre frases: tarola descontrolada apaixona de ritmo Percussão, fêmea afugentada por sons brutos. Pediram, eu dei.

És-me estridente e pensativa, pouco permissiva, alcunha colorida, unha que respira, ninfa da linguagem. O que não se expressa memorizas. Classe do Inferno, permitia cuspo dela gélido que fosse, sempre com cálculo e postura. Está a dar um filme. Não sei o que quer de mim. Um ilusionista desaparece na multidão. Facilmente. Reencontrar vícios é belo como admirar mármore. Uma filha de prata termina em segundo lugar. Montanha russa é perigosa, ataques cardíacos também, olhares íntimos constituem armamento.

Dá-me razões para não viver, juramentos inquebráveis, acordos definitivos, penitências sérias, dá-me a igreja de ti, o que intrusivamente escondes, o que não tens medo, o que aparentas, a fachada. Exactamente o que não és, o que não conheço, o que não vou conhecer. Garante-me a tua faceta mais absoluta e morro inédito. E morrer é brutal, à falta de outros adjectivos.

Um comentário:

Anônimo disse...

"tarola descontrolada apaixona de ritmo Percussão, fêmea afugentada por sons brutos. Pediram, eu dei."

Gosto... marioneta a dançar para palermas.

E morrer não é brutal, é no mínimo chato.


p.s. cadência do texto tá demais, parece uma colherinha de leite condensado a escorrer pela minha lingu.... yeah, tá bom :D