segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

É Aterrador O Que Passa Por Comunicação

Como me disseram, fiz uma estrutura narrativa coerente assemelhando-se a um livro. Começa com um homem metade animal metade homem numa aula onde glorifica uma clara entidade com três quartos de cérebro a pular pelas órbitas. Foca-se a imagem e vê-se o homem a olhar para fora, desejando que o sol não se deite tão cedo. Vê centauros a correr desastradamente pelo céu.
Muitas pessoas o rodeiam num meio de sombra limonesco estando todos calados a ouvir a misteriosa entidade. Este jovem, meio homem, meio animal, vai pensando, ele pensa muito e depara-se com conflitos antigos. Acha curioso o profissionalismo com que as pessoas modelam a sua existência.
Conflitos anteriores tornam-se posteriores. Deseja o que sabe que não pode ter e talvez precisamente por isso deseja-o cada vez mais. Lindo apreciador de ensaios e poesia. Concentra-se agora na adoração do metal. 16:52. Pôr-do-sol. Imagina o que diria à hipotética amada descoberta na aplicação prática. A teoria parece deliciosa. E com muitas. Não só com a que não pode ter. Mas ela é a pior de todas, é a perigosíssima. Eva de cristal. A mais proibida. É ficção gostar dela neste momento, considerando que há uns minutos pensava em outras e nunca na definitiva. Idealizava um suicídio romântico com ela, com essa que não pode gostar dele. Ou será que pode? Foi perguntar-lhe. Não foi nada. Não admiraria as suas particularidades. Ou será que sim? Admirava-a, mas não estava sozinha. Implodiria com ela numa explosão insonora. Continuaria o futuro condicional with her. Aquele metal! Sempre aquele metal com voz misturada, nada simulada, imperceptível nos escombros. Os seus segredos como arte. Compreensão por telepatia. Imaginava a sua pele encostada ao seu corpo impossível. Mas nada. Ele era realista, e fabricava-a à distância. Via-a como uma princesa da moda, irradiando luz perfeita. Uma estrela com brilho interior. Declarava-se a páginas sem cor. E mesmo assim, a timidez impedia-o de concretizar plenamente os seus sonhos imaginários. Mas nada. Nos seus melhores sonhos. Nestes melhores sonhos era um firme especialista a dramatizar. Sem consequências recheadas de real impacto.

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