terça-feira, 25 de março de 2008

Despreocupações...

O Vítor cumprimentou-me. Estava de fato de treino como habitualmente e numa pressa inexplicada lançou-me um aceno jovial ao longe. Acenei de volta e fiquei parado ao vê-lo correr de chinelos pelo cimento. Sei que a avenida estava repleta, carros atropelavam-se, magoavam-se e a presença de tantas pessoas não era mais do que outra forma de poluição. Em casa estava encurralado. O ambiente tornava-se mais denso e as sensações em desuso; havia um monstro pequenino. Um polvo. Inofensivo completamente mas o mestre da indisposição. Tive que sair do vapor e procurar outro método de induzir realidade no corpo entorpecido. Uma caixa. Ela está toda afectada. Agradece ao seu médico favorito mas isso não resolve nada. Continua com marcas entre o vermelho e o branco a escorrerem pela cara. Agora param, estatificam-se. Não sinto pena dela, é chata com o seu monólogo assistido. Falsa desfigurada, uma transfigurada. Está na caixa mágica habitual que se enquadra. Nem cheguei a ver o monstrinho e na prisão a actuação soa irrealista. O produto de argumentos mal aproveitados. Seria mais fácil se capturassem a voz dela.

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