terça-feira, 25 de março de 2008

...e a voz dela

Dela. Serviria para harmonizar qualquer falha em espaços ou programações.
A sua pontuação é suave, como se nunca falasse quando não é preciso. Assim, todas as palavras parecem pequeninas e quase propositadas. Calculadas. Como um fio de vento melodioso a deslizar por árvores altas, barulhentas. A língua prepara os sons delicadamente e solta-os de forma rápida e imediata. É a ajudante da beleza. Expressa-se numa forma desinteressada, são confissões, parágrafos de suspiros que rasgam bem no fundo com toda a sua alienação abismal.
É como raspar os dedos numa parede e adormecê-los num balde de algodão doce.
Indiferença sensual, uma voz como solução. Uma voz.
A sua voz.
A voz dela.

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