sábado, 22 de novembro de 2008

Questões Demoníacas

Esteticamente não há menções exemplificadas de rastos cruéis. Mais bem gatinham por vidro raso as várias perturbações que caracterizam a doença. Sem contar com cópias ou fragmentos que batem em forma existencial, situo-me no lugar mais elevado do hospício. Uma réplica do Futuro. Desperdiço os braços em brisa calorífica. Desenho na realidade um chão fluente que engole mais que chamas, bolas de neve. Cartas para quem presencia a atmosfera dura enquadrante. Se elas estão, os precipícios desviam o olhar, torno-me tímido animal sem pernas que me segurem. Escondi as inquietações múltiplas no joelho enigmático. Torno-me perfume de ar, com o tempo. A necessidade tornou-se uma obra do capricho, o silêncio já goza com o túmulo e a sua boca encerrada. Nervoso antes da decapitação. O calafrio da repulsa aperta-me o estômago em instâncias. Apaixonei-me pela Medusa. Não olho porque me transforma em pedra, não olho porque tem olhos, não me olha porque não precisa. Leio o que tem, um corpo morno, adormecido em enchimentos psicotrópicos juvenis. Um copo de água adulterado. Calada fica tão calada. E as duras leis da simetria obrigam-na a um êxodo facial.
Egoísta na palidez incutida. Dá-me um reino egoísta. Apetrechado na polidez receptiva.
São estas as nossas especiais combustões siamesas.

2 comentários:

Rosa Nobre disse...

Nunca se olham, os amantes.

Anônimo disse...

Es perfeitamente inatingível! Porquê? E depois?
És mesmo?
Quem te pode acompanhar na alquimia, ou bulimia?
Queres companhia com recheio de raiva?
Que sei eu?

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