quarta-feira, 26 de março de 2008

Magreza

Sonho que me afundo
Sonho que me afasto
Sonho que me mato

Promovido a líder de discrepâncias
Observo as cadeiras que não se equilibram
Não deixo que me observem
Uma rocha, uma ilha
Sou deserto
Uma tentação desumana ao serviço de todos
Metamorfose espontânea a desenvolver-se lentamente

Sinto que me afundo
Sinto que me afasto
Sinto que me mato

A hipnose badalada felicita os distúrbios
Fico murcho seco
Sou o espelho da minha própria anorexia
O estudo inegável da verdade
Um rato na neve deitado
Faca à espreita

Sonho que me afundo
Sonho que me afasto
Sonho que me mato

Publicidade enevoada
Fica o pensamento inacabado, inquieto de rastos
Como a fotografia dramatizada da minha anorexia apodrecida
E sonho...
Com ela no escuro
Com ela - esqueleto
Com ela, ela, ela
Só ela

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto tanto deste.


eduarda saraiva