segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O sangue é quase eterno...

Intoxicado pelas brumas, preso em satisfação. Somos dois aqui, encurralados.
Os outros, leves espectadores. Vendeste a alma ao calor, contrataste um inimigo para libertar o teu cheiro. Oh! O aroma. A tua insegurança revela-te: és uma mulher.
Não te escondas através de espelhos, a máscara que melhor se assenta é a tua, deixa-a ficar. Sei que pensas em arrancar-te, esfaqueares-te em pedacinhos para ficares mais pequena. Não adianta. Os teus lábios pertencem a um plano superior, os teus olhos serão berlindes desproporcionais. Enquanto esperas por uma mudança, reflecte no que a transformação te fará: deixarás de ser tu, quem agora existe, em corpo branco, admirado, assustado, uma melodia escrita, mergulhará no vazio extremo de destruir tudo o que odiou ter criado. E não há piores saudades que essas.

...quando só te pertence a ti

Um comentário:

Unknown disse...

Fuga sem sentido, corrida sem meta ou destino. A futilidade do nada... em tudo.