domingo, 11 de maio de 2008

Doenças e Diversões III

Produto destas colaborações excêntricas
Entregaram-me a chave de graça (obrigado por nada)
Vês o interior sem meditar?
Quantas miúdas doentes vês?
Traz-me o medo, vamos
Quero ver, louca, os teus presentes
Cancro, SIDA, sífilis, hemorragias no córtex cerebral
Vamos, é tudo o que sabes fazer?
Divorcia-te da minha infelicidade, alia-te à minha grandeza
O Diabo concorda, sentado lá ao fundo a acenar, concorda
Anda lá, acena de volta
Sempre gostei daquela aura de mistério
Perfumado e sensual
Confunde a sexualidade
O reino do Não Sei
Gostamos mais de falar do que fingir interesse
Promete-me o que não podes
Silencia em mim as tuas feridas certeiras
Tenho-te a ti a martelar, a mentir, a asfixiar
E o Diabo na cabeça
Visionário das emoções incertas (certezas incertas ainda tarde)
O amor perdeu
O chão sujo e moribundo escapa
Gelado desconcentrado e um violino farto de restos
Comia as tuas ruínas se fossem as mesmas
Disciplina para não sentir nada nunca mais
O Grandalhão Negro, príncipe da traição
Eu por um dia
Se fosses de chocolate magoavas igualmente
Louca, despedaçada, quero levar-te a um filme
Derramado e com toques do que não quero mencionar
Enjoo da memória de fundo falso
Não entendo pequenos animais em bicicletas, nem quero
Jogos no parque infantil
Identidade em risco pelas pegadas dela
Uma carta para estas ocasiões
Agonia às colheradas
Doenças e diversões catalogadas
A louca apoderou-se da visão em indícios selvagens
A louca entretém-se com torturas subtis
A louca aproveitou para um suicídio romântico
Dispendioso, ao luar

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