quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Hipérboles Imaginadas

Deusas com espadas exageradas
Zombies em poses acorrentadas
Partes de repressão simulada
Desejos de simulação alterada

Um grito ecoa
No escuro das árvores
Nos lábios da noite
Na planície perfumada

E em olhos verdes
Pela água petrificada
Brilha um canto atravessado
Apenas delicioso

"O Verão acabou
O Verão acabou
Puramente estático
O Verão acabou"

Sono

Promessa masoquista
Orgasmo indeterminado
Melancólica conquista
Segredo ultrapassado
Gosto de evocar o sono
Metáfora de geleia
Não sejas derrotista
Jamais acordado
Gosto de ter sono
É como se fosse uma promessa
Gosto de prolongar o sono
Tornar a promessa perfeita
Leite define o frio
Palavras são geladas
No outro além
Insónias consubstanciadas
Quem inventou o sono de dia foi uma fada
Presa numa emboscada
Mais uma faceta do equilíbrio
De onde é que vem o sono?

(Escrito Com B.)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Nada Mais

Não sei como me sinto.
Vario demasiado para me definir exactamente.
Escolhas...desilusões...realidade.
Perdem-se os desafios magistrais, os actos tornam-se irrelevantes.
Separar a carne do corpo torna-se um vício angustiante...acho que flutuo...vou falando...ensonado... de mistérios e tabus, almas e confusões...sobreponho vontades mal calculadas com sabores estranhos sempre naturais e submissos.
Lido com uma mortalidade que não consigo combater com tantos pensamentos atravessados.
Reservo-me para quem escolhe a sintonia, e partilha alguma angústia, de pensar, sentir, observar, de querer tudo...ou nada...intensamente.
O mundo dentro é mais seguro.
Interferindo em todo o espaço real desejei comprar palavras.
As ideias tocam-me...completam-me... e ao fundo a música desesperada ainda se ouve...as vibrações antes ribombantes vão-se perdendo perante uma lua convidativa ilusória... o chão de paralelos reluzentes...recheados de criação...momentânea...não se vai mover...quero continuar a compreender...afogar-me nervosamente num canto poluído nunca distorcido de identificação aproximada... onde não se pede licença para falar...quero voltar...
Todos os demais são insectos
Finjo-me de inocente nas perguntas...talvez seja...não quero nada mais.
Nada mais.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Sonum

Opiniões?
Saídas?
Soluções?
Actores?
Fantasmas?
Devoções?

A Terra acontece num espasmo

domingo, 2 de dezembro de 2007

Na Mesa Do Sol

O respeito não se conjuga completamente com a inocência.
Quero os dois.

Forte reconhecimento por conversas agora vivas, sorrisos moldados a partir de palavras, as potencialidades de exageros não comprometidos.
Suscitem o universo de cada vez que saborearem a essência premeditada de alguém que partilha o toque e a voz.

Embate.
Descende cada vez mais.
Imiscui-se em todo o lado.
Mais fácil de apreciar do que combater.
A chuva é feia.

Espelho Intermitente

Repetição repetição repetição
Novidade desvendada
Paranóia certa
Não apetece nada
Nunca
Nem futuro
Distúrbios fascinantes
Adereços provocantes
Destino repreendido
Chaves e ideias
Multiplicadas
Sombrias
Mas a sério
Diverte-te
Sozinho por aí
À vontade
Transforma a noite
Romanticamente
Olha de novo
Agoniado
Por um espelho
In-ter-mi-ten-te

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Constelações

Dias como prendas
Recheadas
Explodir
Induzir
Tentativas
Quero alastrar
Sentir a tinta, devagar
Desenho na mão
Fujo
Reparo
Antevejo
Noites vazias, tremidas
Antes de mim
Vou traí-las, constelações
Perdidas
Nos seus próprios ódios
Nos seus prórprios fins

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Estátuas

O mundo é a minha tela de recordações.
O entusiasmo não é permitido a alargar-se fora do corpo.
Quase absolutamente nada para me derrubar mas o efeito da novidade fugiu.
E não é só isso que procuro. Quero a primeira dose constantemente.
Não sei se a controlo. Surge.
Qualquer movimento existe a mais. Sorrir é dispendioso, gestos esgotam-se.
Quando estão calados são mais interessantes. Posso inventar-lhes diálogo.
Escrevo por pouco, apetece-me repousar indefinidamente nos sonhos de outra pessoa qualquer.
Que ânimo quando mexem a boca. Parece que estão a descobrir algo superior.
Caras difamadas horríveis. Caras razoavelmente normais. Caras atraentes. Para que servem?
Preciso mesmo de me afundar. Hoje nem vou tentar formular nada que tenho regularmente.
A minha voz não respira.
Quero mais que cruel observação. Dirijam-se a mim. Convidem-me. Tornem-me vosso.
Quero manter uma solução que não se pode perder. O máximo tudo sempre.
Deixar de lado uma Cinderela chata que com frio se repete.
Jantares, cafés, pessoas, conferências. Não estamos na Universidade. Parem de falar dela.
O silêncio pertence-me bem neste momento de pré-ilusão.
Quero ver como alguém decide o amanhã.
Espero não ver tantas estátuas previsíveis.
Espero não ser uma.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Num Momento Apenas

Todos tínhamos uma missão mesmo completamente delineada algures.

Cada pessoa que encontrávamos tornava-se uma peça armadilhada do nosso puzzle relógio.

O espectáculo era a realidade.

No futuro ou quase entre o passado e o presente, o resplandecente triunfo do objectivo agitava-se em fragmentos palpitantes, construídos.

A vontade de ser estaladiço sem se partir.

Paixão

Música que espelha emoções
Nas ondas da criação
Não vou explorar mais
Perder-me
Quero um lugar para estar comigo
Aí o que julgo é irrelevante
Escolho a decoração
Rapto frio e fogo
Junto-os cuidadosamente
Algum tipo de inocente maldade
Nunca certa do seu valor
Tão mais eu

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Alguém


Traz-me a cabeça autografada
De alguém que desprezes


Sim
Não

Repara
É só um jogo

Teias geladas
Figuras axadrezadas
Cadenciadas
Tanto para tudo
Tudo para tanto
Nada

Traz-me o sabor que ordeno
A chuva escurecida
Entre sombras derretidas
Espelho desonesto
Memorável funesto
Traz-me de volta o aspecto
A fantasmagórica visão


Da cabeça autografada
De alguém que admires...




sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Acidente De Nascimento

Acaso revolve num assombramento minucioso
Cadernos pretos sem razão frios
Modelo executado em premonições tardias
Nego a tua excelência
Súplica gritada despedaçada
Arranha nas profundezas o clamor da rejeição
A insanidade premeditada que não ouso mostrar
Esgotado antes de começar
Regresso



Tu és quem eu não quero
Não te conheço mas odeio-te
Não te quero conhecer

“Foste um acidente”



*********II*********

Pedras sonoras completam o desespero
Rodeado nas incertezas vivas
Aqui
Sorrisos adulterados
Evoluí
Fogo laranja
Céu de uma cor
Madrugada misturada

É estável o desenho que tracei
E os pormenores que calculei
São bolhas de sabão
Volumosas
Que se aproximam
Tocam-me
Vigiam-me
Desaparecem…

domingo, 4 de novembro de 2007

Primeira Fila

Cortinas abrem-se
Espectáculo começa
Deliciosos aplausos
Limiar da peça
Realismo selvagem
Diálogo interior
Surpresa escondida
Olhar inovador

Estreia do mundo
Curiosidade insaciada
Asas carmesins
Uma lua alterada
O que não existe
Criado na actuação
Palco iluminado
Eliminada ilusão

Cortina desce
Magia desaparece
Teatro de louvores
Brinquedos e sabores
Somos nós e tu
E eu e os três
Na primeira fila
Sem guião

É tudo Senhoras e Senhores

Morram

sábado, 3 de novembro de 2007

Frase Não Acabada

Desde o dia em que acordaste
Feiticeiros movem-se
Crepitam soluções divinais
Caldeirões reluzentes recheiam-se
Mãos voam, atiradas
Secções rítmicas estagnam e começam de novo
O sabor imprevisto de um interesse não confirmado
Toque neo-clássico curioso de um cabelo infindável
Nervosismo secreto
Bichinhos que controlam
Há muito mais
Entregue numa mente consciente que salta por todos os lados
Uivos eléctricos
Resultados sorríveis
Demais, até existo
Para trás, fotos em pedacinhos que não reconstruo
Dedos humedecidos onde não actuo
Hoje não chove mas está quase
Desde o dia em que acordaste
Vassouras deslocam-se
Soluçam sinais na pele
Sei onde estão de olhos fechados
Pegadas palpitantes
Flutuar anestesiante
As pontes estão já queimadas
Experimentamos a ascenção
Entoação
Tua subtil
Agora com teclados

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Nos Bastidores

Homicídios infernais
Suicídios invernais
Livres maldições

Acontecem nos bastidores

Castigos saborosos
Cortes extremosos
Vivas premonições

Acontecem nos bastidores

Facas!
Gritos!
Delírios!
Delitos!

Tudo o que não sabes NOS
Tudo o que não queres saber BASTIDORES


Tão longe quanto a tua imaginação o permitir..

Pedra Crepuscular

Processo de sedução
Raparigas mortas não dizem não
Corpos difamados
Escutam-nos a apodrecer
Uivos seleccionados
Observam de dentro
Beleza branca, noite branca
Sinos da catedral
Escadinhas da culpa
Morte desenhada em estátuas
A hora da penitência
Sufoco
Arrependimento
Confissão
Para além da sepultura
A dor continua
Expulso o inconsciente
Choro fogo
Desejo partir
Na pedra crepuscular

Guerra Das Luzes

Gostava de conhecer um outro lado de ti
Quarta és usada, gasta, atormentada
Planeada demasiado depressa
Quero ter tempo para te reconstruir
Imaginar, não sei, uma voz entrelaçada
Raios de água luminosos com todas as cores que escolheres
Comprados num desafio violento magistral
Nas costas, nas pernas, nos ombros
Nos buracos, nos trejeitos, nos livros
O sítio onde os falhados são livres por um momento
A guerra das luzes acentua-se...

sábado, 27 de outubro de 2007

20 Minutos

Luas multiplicam-se à minha volta
Hoje escrevo outras substâncias
Substituo rotina por acaso
Espero o inesperado fervorosamente
Mundo diferente leves alterações
O que as pessoas fazem quando não estou lá
Universo paralelo em continuação
Pedrinhas espalhadas mostram a direcção
Sigo a intensidade de caras anónimas
Saboreio as vozes que se me apresentam
Num instante preso em algo descoberto de repente
Viciado no ínfimo reconhecimento
Estradas duras acariciam-me delicadamente
Escolhi as escadas mas também serpentes
Enganei-os a todos
Enganei
Um gigante entre mortais
Só 20 minutos mais tarde

Perder-se Em Si Bemol

Desejos inconscientes
Memórias inconvenientes
No fundo do túnel, a escada

Tremido singelo sensível
Vaga discreta apetecível
Reflexo na berma da estrada

Quero ser o vidro que me trespassa a pele
Quando aperto longe demais
Ser os inúmeros pontinhos que me surpreendem e dançam
Congelados no meu rosto
Gotas de lâminas sublimes que me atingem e soluçam
Sangro leite
Posso contá-las, observá-las, escutá-las
Não param até me deitarem no chão em degrau
Olhos! Olhos! Os vidros têm olhos!

Sou engolido por escadas
Sou absorvido na farsa
Envolvi-me na decepção ardente
De outro tempo, de outra mente...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Vamos Criar Mitos

Mundos
Universos
Efeito sonho
Estrutura despedida contesto desafios
Intensa inspiração ardes em mim
Escondida descrição permanentemente visível
Encho a minha cabeça prostética de novidades plenas
Quero reler e ler reler-te
Sacudir conceitos planeados
Deixá-los de rastos, espalhá-los
Interiorizar tudo o que libertas
Encadeamento trespassado
Ensinar a gritar
Ampliar
Veludo intensidade
Estreia surpreendida
Gosto dos teus finais
Há palavras que te pertencem
Interferimos onde desejamos
Cirurgiões delicados explosivos
Introduzir classe na foto eterna
Indolência esmiuçada
Deixar de lado rodeios
Deambulações neutras
Duplicas em perfeição um estado que antevejo com mestria
Como um esboço materializado de uma obra-prima em sintonia
Não vou parar de te projectar
Quero-te puxar
Tenho o teu sabor
Confirmas-te
Escorre pólvora da tua boca fúnebre inquieta
Acredito num inferno entusiástico
Requintado a cada imparável segundo
Dando as boas-vindas em chamas
Sorrindo em fogo inscrito
Beijável
O quê?
Outras presenças?
A
Sim
Ceramente
Escapam-me

Prepara-te

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

T.P.R.

Coleccionar perfeições em sonos e demais instâncias
Enlevo único, és
A mão que saltita fora do livro renegado

Tua tela
Tua pele
REAL

Subir ao pensamento e deslizar da mente mais alta
Inspiras-me, elevo-me
Lanço-te toda a essência que me resta

Grito

Tua tela
Tua pele
REAL

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Eu Sei

Agora depois
Caras imperfeitas
Desprovidas
Conversas rebuçado usado
Gritam, levitam

De um portal
Azul de pixéis
Surges renovada
Tu, foste tu
A culpada

Destruíste a
Calma que persiste
Personagem fantasia
Real em cada dia
Em cada momento

És tempestade

domingo, 14 de outubro de 2007

O Feiticeiro De Oz

No imaginário de magos penetro e espreito
Leio manuscritos antigos envelhecidos
Sobreposições de contos celtas misteriosos
Relatos de bruxas dançáveis
O feitiço do Graal
Sons dispersam-se, gritam a sua forma
Pianos e violinos preenchem espaços
Flautas intercruzam-se, aliam-se
A gritos bárbaros, plenos de expressão
Almas transparentes em evolução
Mestres de uma Natureza supostamente intocável
O cheiro a tudo que é fresco
Vestes despreocupadas em tributo ao arco-íris
Todos são elementos uns para os outros
Como Água, Ar, Terra e Fogo para os restantes mortais
Guitarra super melódica confusa
Fios num crescendo de intensidade
Plagiamos os Deuses
Celebramos a música
Não pode faltar nada
Verdes elfos foram convidados
Romanceiam fadas desprotegidas
São todos visíveis
Eu ordeno
Vamos orar no cemitério das borboletas
O banquete da magia natural
Encomendada algures
Hidromel e cores
Mulheres em êxtase
Lançamos olhares uníssonos
Nuances únicas em toda a diferença
Voamos com capas reluzentes em corpos fascinantes
Paisagem de harpas selvagens
O lugar onde empunhamos espadas cravejadas
Sem hesitar
Onde abraçamos estrelas e ainda as idealizamos
Depois de nossas
Brilhamos na textura de um plano
Um conceito
Sorrimos até os lábios se rasgarem
Sadismo inflingido como dívida à perfeição
Aproveitamos o infinito neste quadro
Desenquadrado que ganha vida
O postal de recordações onde até a simplicidade
É épica
Em direcção ao sol
Estas asas nunca poderão derreter
Esgotei já todas as réplicas
Sou
O Feiticeiro de Oz

Finjo-me De Sofá

Poster cliché
Guitarra desarrumada
Mini vitral
Moldura banal prateada
iPod em silêncio
Sapatos axadrezados
Cachimbos e quadros
Coisas por todo o lado
O olhar não se foca
Provoca, diverte
Colcha fofa parada
Bola de futebol de marca
Caixa com CD's gravados
Aranha de plástico
Canecas decorativas
Bonecos enormes
Telemóvel, colunas, relógios, espelhos
Em contexto azul
Neutro e intenso
Até a Shiva em miniatura me rodeia e assiste
Esbatidas
Todas as cores de um pesadelo
Não suporto
Sem ninguém dar por isso
Despareço
Finjo-me de sofá

Deuses Outra Vez

Marcas de dentes gravadas na pele
Valsa vampiresca
Contemplação

Lábios perfurados, gotinhas
Cordas e teclas
Excitação

Dor
Prazer
Drama
Comédia

Nada de metades

Emoções a explodir
Exageros a cintilar
Arte vibrante
Intensa, chocante

Crime sem vítimas
Ardemos juntos
Percorremos o Inferno
Numa brisa quente

Somo Deuses outra vez...

sábado, 13 de outubro de 2007

Selvas molhadas

Feras desgastadas

Olhares desprezíveis

Jogadas imperceptíveis

Outono

Luar

O mito de esperar

Quem queres ser?

O ritmo ou o leão?
Criei um ritmo que flutua e evolui
É a consciência do interruptor
Dominar um lado assistindo aos dois
Vísceras em pedacinhos, unidas
Recriam-me
Porque hoje, empresto a minha voz a um unicórnio
Em crise existencial
Asseguro-o constantemente:
Ele e eu somos um
Tão imaginados que já somos reais

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Chamas Brancas

Estou em chamas
Chamas brancas
Decapitadas
Chamas brancas
Partidas
Chamas que se esvaem
Penetrantes
Volto atrás
Puxas-me o braço em jeito superficial
Recorto pedaços do teu vestido
Espalho-os no chão do palácio
De luzes adormecidas
Sinto-te o sabor uma última vez
Aguardo por suspiros certos
Não me deixes assim
Estou a arder
E tu atiras-te por aí
A descrever o fogo

E Ele Disse:

Não escreverás deliciosamente este pensamento!
Conheço bem a tua mente atingível degenerada!
As tuas palavras são punhais mortíferos
Estás ansioso por as libertar e as pregar
Na bandeira de sangue debilitado do teu núcleo visual
Queres ser o filtro maleável, não é?
Balançar o magnetismo antes dos bonecos te substituírem...
Dominar a extinção descodificada...
Bruma cénica
Prédios
Cidades
Paisagens sónicas
Incompreensão
Excitação
Madeira colorida
Desbotada
O Mestre aguarda-te nos seus fios desarrumados...
Hoje ele deixa-te dançar mais cinco minutos...
Olha bem
Repara como o teu piscar de olhos não é assim tão natural...
Automático
Geral

Preço Do Desejo

Não gosto da voz imposta ou camuflada
Sou uma celebridade tendenciosa na
Ilha paradisíaca refinada aos encontrões
Dissonante atonal alienado
Não gosto da neve violinesca
Queima o arco devendo suportar o ruído
Efeito cascata aconchegante
Relâmpago elevado a 2
O preço de um subtil desconforto
Deixado desconfortável a duvidar...
Digo-te, és mais a minha confissão
Do que uma serva sensual

domingo, 7 de outubro de 2007

Menos Queres

Sou a tua dor
A tua fome
O teu frio impossível
A tua inspiração lúcida que se fortalece
Em cada piscar de olhos, retorcidos
Concretizo a tua violação
Um sangue provado salgado
Sexo esquecido
Cortes
Dos mais leves aos puros intensos
Inflingidos ou pouco propositados
Aquele dia na escola
Chamaram-te nomes
A vítima torna-se habitual
Primeiro natal incompleto
Discussões são gritos de anjos no inferno
Prenda de neve
O quarto da luz falsa
Posters que não te enfrentam
Amigos, aparecem tantos
Seringa do refúgio
Num instante ninguém te julga
Sente saudades da beleza
Daquela que nunca encontraste
Que nunca viste em ti
Delírio verdade
Tu és tudo
Tu és nada
Estás morta
Para ninguém
Amo-te lua!

Apeteceu-me dizê-lo
Explodes caracteres desconhecidos
Nessa noite sonhadora

Sou o teu mimo bipolar

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

É Esta Chuva

Que me podes ensinar com um livro fechado?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fumo delicado

Olá! O meu cérebro desidratado explodiu às 14:33
Que pequenos pedaços!
Leito de leite e veias
Estava observável
Receitas de culinária antigas
Memórias de desporto
Séries fracas absurdas significativas
Camas de céu
Ketchup musical
Movimentos na paisagem com actrizes vulgares
Cor de rosa, muito cor de rosa
Paixão súbita alternada
Porque abres a blusa?
Porque deslizas?
Porque te mostras?
Aceitação motivação gratificação
Ainda mais imediata
Rebeldia recalcada controlada, combate
Foi ela
Que me pintou a unha de preto
Só uma, das 10
Se me vires na rua
Estarei à espera, à volta de sons
Ansiando por fumo delicado
Sem perguntas
O cérebro estará completo mas
Devastado, rachado
À vista, com toda a insanidade
Que permito que absorvas

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Recordações de Mulheres Que Não Fumam

O teu bloco de notas está murcho
Acorrentada a outra luz
Matemática decadente
Sumo de uva mágico
Não incorporas o indefinível
Alastras o que já te mostraram
Sobrepões bilhetes rasgados
Com desgostos Outonais, pontuais
E permaneces no teu reflexo por algum acaso

Quantas vezes classificaste o suicídio como um filme?
Uma imagem rotativa que acaba bem
De qualquer maneira?
Tu, protagonista

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Desenhos Animados No Mesmo Lugar e Outras Ideias

Cidade glitter
Ao respirares
Detentora de gomas
E mais cenas doces
Fluorescentes
Chocantes
Só uma nota no piano
A lágrima negra que nunca desperdiçaste
Expulsado algum nevoeiro desconcentrado
Concentração e o vazio preenchido
Olhar em frente, parede transfigurada, repleta
Mais notas afligem, discutem
E pela janela abstracta, do lado oposto a tudo
As certezas acontecem derramadas
Elogios ofuscam-se, naufragam
Sucedem-se impérios de grandeza
E a cartilagem permanece onde permanecia
Carrinhos de brinquedo
Casinha, garagem, palácio
Invisual desfigurado
Serpente de linhas
Escrevo segredos que não quero contar
Regresso a uma contemplação de sinónimos
Quarto de rebuçado
Colcha açucarada
Asas saboreadas
O teu sorriso num canto
Cheios, avançados
Perante a exploração de uma verdade
Não agitada
Realizar torna-se leve
"O karma das fadas!"
Gritaste, lançando
O vestido de noiva a um buraco

Casarão

És tu que abres a porta
Os acompanhantes não caminham
Dançam vociferados
Em perpétuas onde se esquecem

A lua esconde as horas do seu relógio nervoso
Um tic-tac de rubi imaculado contido
Tudo enquanto cruzas um olhar vestido
E as partes púrpura te dominam

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A Morte Da Poesia

Foi encontrada nos escombros
Acariciada
Casamento químico venenoso
A rasgar imagens ténues
Linha difamada

São secretas tentativas
Previsões
Confundem-se pelo relevo
Pós-imaginado
Vomitam desilusões

Ela ainda gosta dele
Ela ainda gosta dele

A dimensão de um pesadelo feliz

sábado, 15 de setembro de 2007

Fascínio

Minha versão
Jogas com os meus pensamentos
Destruidora de percepções
Encontro encanto nos teus pontos
Narras espaços proveitosos
Atravessados
E sou
Vou
Mastigar uma sensualidade leitosa
Espremida
Julgo a tua saliva e invejo-a
Faz parte de ti dentro por fora cobre-te
Esburacado o sorriso da língua ao lado
Inconsciente a ligação vulgar entre
A que se veste em tons de manhã
E ressuscita em fogos claros padronizados
Dança no espontâneo explodindo
Tal exasperante conforto da almofada redentora
A queima d'um subconsciente destemido
Prescrutando em formações gelatinosas
Impregnaste o meu teor com mais do que uma foto
És, talvez, a presença
A pura realidade que se apresenta
Urge o fôlego dispendido
O ritmo do sabor dos teus sonhos proféticos
Gotejar incessante de pedaços teus incoerentes
Sublimação da vontade que vive
Em sulcos
Pequenas espreitas
Onde me supero pelo fulgor da crença
Aqui, forçado a capturar-te
A criatividade não é destino
O mesmo?
Ri-se comigo e por mim
De mim
E os elfos sobem no cuspo do orgasmo
E as joaninhas retraem-se de bocas carnívoras

O raiar da luz dividido em súplicas
A sede nocturna de pedras artificiais

Assim, a velocidade imagina-se e antecipa-se

Operando num apocalipse arrastado

O princípio do corvo

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Olha de volta
Tens pertences que não desejo
Crucifixo invertido escondido
Peluda inveterada

Sentir o que desliza

e se espalha

que envolve

A vibração de lagos cristalinos conspurcados

framboesa das mais negras

fragrância juntinha a ti

faísca de som inalado

Não total

O que adorava

Esventrar

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O teu nome é tão pequeno
Começa e acaba
Podia passar catedrais a recitá-lo
A escrevê-lo
Conhece-me, musa psíquica
Quero ser famoso entre as tuas singularidades
Pontuar as tuas intervencções
Fechar-te num diário palpitante
Onde só tu e as minha ideias se baralham

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Receita

Quero criar do nada. Vou adquirir as subtilezas.
Uma lista de ingredientes confirmativa.
Convicção para julgarem, sabendo que não posso tropeçar.
Pó de açúcar, claridade, um saquinho de complexos. Contornáveis.
Vibração, faísca de estrelas chamuscadas, moda.
Cheiro a fósforo fresco, boca, brilhantismo.
A partir do futuro, ela existe. Criador.

Ficção

Jesus e a namorada
Que conceito alargado
Serei específico
Messias comprometedor
Amiga de luxo
Juntaram os rostos
Enclausurados
Surfista ganzado
Leram um para o outro
Parábolas inventadas

Observa

Ao ler
Estás a ler
Lês o que escrevo
As palavras que liberto
Instante
Capturas
As letras
E a caneta desliza
O que está a ser escrito
Isto
E isto também
Hipotetizo e ligas
Se o poder baixar
Não consomes
Acabo...

domingo, 2 de setembro de 2007

Mais Vale Nunca Moralizar

Entrei
Reunidos
Pequeno, loiro, metal, punk, culto
À parte
Quase juntos
Dimbo
Groselha e vodca
Todos a perfurar
Vermelho intenso
Transparente e sangrento
Ao mesmo tempo
Vómito espontâneo
Mais
Escadas
Gritos para nós
Fotos de outros lugares
Conversas de desilusão
Não ser quem não é
Mas pretender ser quem se afirma
Sempre à volta
Deram-me
Confidência serena
Cabelo camaleão
Laço vermelho
Vamos descrevê-lo
Subam ao palco
Desenhem
Violações falsas de amizade
Queimar dentro
A cabeça
Cerveja cura
Incomodados
Ameaça sob picos
Crânios
É mais um improviso...

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Vício

A seringa treme quando a solução é bifurcada
A pele aceita rasgos de prazer
Pormenores de uma aura condenada
A servir o corpo, sem o conhecer

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Fada Mafalda

Sabes que vejo combates quando penso em ti?
Vibro em espuma coca-cola
Deliro em sobrancelhas cadavéricas
Névoas que sobressaem
Brinquedo usado
Masoquismo forçado
Espécie de filme que incorpora coelhos
E fala no rádio, e em frente
Àgil escondido
Viciada em sapatilhas
E fala na mesa, e em dialecto
Não ter filhos, doce irresponsabilidade
Planos para mais tarde, ainda partilho
Como me sentes se não estou aqui?
Quero conquista fácil
Desafiar-me depois da escravatura
Aboli-la antes de começar
Pele de ganga
Despida em colchões de água
Estátuas artísticas de feiticeiras
Lapidadas por um DeuS menor
Drogado em cores
Cereais comprados
Lingerie de mar s h mallows
Romantismo natural
Gosto de prever o que não acontece
Preparo-me para o que não sei
Tantos, quantos, sombras de sinos
Miragem eclesiástica
Vulgar, somos agnósticos introspectivos
Se existimos, onde estão as fotos de há 5 minutos?
Tu vês na televisão e imitas
Se pensares por ti não falas
Registar momentos do berço à sepultura
Queria ver o que fiz em câmara lenta
Indulgência para não gastar
A eternidade
Beija-me um pouco da tua essência
A tese floreada de cânticos morenos
Ruivos, loiros
Quero uma fatia tua
Até sozinha deves divertir-te
Vou vestir-me de ti
E ser o teu espelho
Saio poucas vezes
Abençoado no teu reflexo
A tinta não decide
Os desejos falham poder absoluto
Fingir atitude
Interajo ligeiramente, extraio um pouco de magia
Dura mais que uma estrela sem noite
Números de chocolate
Um número é uma fruta
Dias cheios

Está Espectacular

Traços socialmente perfeitos
A jovem virgem quer ser
Contaminada
Derreteu fadas para se formar
Elevou-se em vozes de peluche
Que querida!
Rasgou o pijama
Pintou o quarto em tons de orgulho
E adormeceu
Numa hemorragia de vitrais

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O sangue é quase eterno...

Intoxicado pelas brumas, preso em satisfação. Somos dois aqui, encurralados.
Os outros, leves espectadores. Vendeste a alma ao calor, contrataste um inimigo para libertar o teu cheiro. Oh! O aroma. A tua insegurança revela-te: és uma mulher.
Não te escondas através de espelhos, a máscara que melhor se assenta é a tua, deixa-a ficar. Sei que pensas em arrancar-te, esfaqueares-te em pedacinhos para ficares mais pequena. Não adianta. Os teus lábios pertencem a um plano superior, os teus olhos serão berlindes desproporcionais. Enquanto esperas por uma mudança, reflecte no que a transformação te fará: deixarás de ser tu, quem agora existe, em corpo branco, admirado, assustado, uma melodia escrita, mergulhará no vazio extremo de destruir tudo o que odiou ter criado. E não há piores saudades que essas.

...quando só te pertence a ti
Sepultura, não, verdade, nunca regressaste

Socialmente, escondes, conforto em outros

Segurança, violada, vejo através

De, sim, tímidas transparências

Categorizada, maquilhagem erudita

Fluente de esterótipos

Fachada real

Refugiaste no que não és

Mas sempre foste
Laranja, laranjinha, sou ruiva e preciosa
Uma menina em chamas, inocente
Mostro a pele a quem observar
Severa nuvem que me destacou
Quero seguir-me para ver quem sou
Os olhos escurecidos levam-me para trás
Um carrossel arco-íris desviado
Ainda tenho fragilidade na língua
A boca treme, reneguei a idade
Muito nova para sepulturas
Longe da luz interior
Desculpa, mas já estou farta de estar em coma

Uma Como Outras

Excitada
Drogada em felicidade
Este é o teu espaço

Falta-te um fato de ingénua
Para finalizares

Os sentimentos
De borboleta

Gato

Olhos de gatinho
Quero-os arrancar
Num prato decorado de cerejas
Vou vigiá-los
Olhar para eles
Beijar a órbita morta
Unir-me com o sangue restante
Quero cortar o claro
Lentes de contacto pulsantes
São mais bonitos por isso
E pareces mesmo um ser diferente
E és mais bonita por isso
Argolas prateadas afundam-se
Num cabelo castanho
Lembrando o ouro
Sempre atenta
Vou tirar-te isso
Pareces miseravelmente infeliz
Como eu
Se tu juntares a mim
Podíamos ser tristes juntos
E esperar até eu te
Restituir os olhos
Claros
De gato

Na Orla

Riso do sub-mundo
Enfeito-me com cores iguais
Gosto de provocar
Olhar sem desejar

Bruxa rejuvenescida
Perdi os meus poderes
E na orla da perfeição
Encontrei satisfação

Executiva arrebatadora
Será que na tua cúpula
A cara que é, não chora?
A maquilhagem faz parte de ti ou só demora?

3

Anjos e Demónios
Acho que estás a ler uma ficção errada
De qualquer maneira, és parva

Sardas e sorrisos
Uma fórmula a explorar
Desapertada

Música, minha Deusa
O teu volume vive na voz da mulher
Em cada nota, uma escada

Já vieste aqui em momentos
Inútil, não observas o algodão
Não sei se é doce mas faz-me sorrir

Continuas em comportamentos ousados
Mas és tu, não o podes evitar
Diverte a originalidade, que aqui não existe

A melodia é o que mais guardas
Blitz, Ramones, Zeppelin, Variações
É a tua missão mostrar o que te dá valor

3 lados de uma moeda
Diferentes sombras do amanhecer

Sonata

Traços de vampira superficial
Sapatos vermelhos, sapatos vermelhos
Cerimónia não pretendida num plano confortável
Enfraquecida, vislumbras
A mão cobre-te e sorris
Afastas a vagina
Esfaqueias paraísos
Afogas-te em sonhos
É hilariante
Uma sonata suicida
Suicida
Suicida

Degenerada Artificial

Uau, olhem para mim
Sou tão cool a ouvir Metallica
O meu iPod só toca no máximo
Roupa parecida, azulinho em camadas
Não há sensação que me perturbe
Brinco com os dedos
Sou muito rebelde
Ya, gosto de metal, nao vês nos meus dentes?

Penso com o cérebro fechado
Esmago abóboras em pensamentos
Adormecidos...

...e não sei o que quero
Há um sitio la em cima
Dificulta-me ter que chegar lá

Fixo nada
Luzes, câmara, música